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O que é DAO?

Por mais de seis meses, Vladimir Zhuravlev, da Waves Association, tem estudado os modelos DAO existentes e desenvolvido uma DAO que seja adequada para os objetivos da associação. Neste artigo, ele irá responder a uma pergunta básica: o que é DAO?

Uma organização autônoma descentralizada (DAO – decentralized autonomous organization) é um modelo de interação para uma comunidade, sob a qual ela opera de forma autônoma, com base em regras estipuladas em um contrato inteligente. O importante aqui é entender em que momento uma entidade que reúne usuários e um contrato inteligente pode ser chamada de DAO. Eu destacaria três características principais de uma DAO:

1. A existência de um grupo de indivíduos que têm o direito de tomar decisões e agir independentemente uns dos outros na busca de um único objetivo (organização).

2. Este grupo existe de forma autônoma, o que significa que não há uma autoridade central que possa ter impacto na formação do grupo ou no comportamento de seus membros.

3. As regras de tomada de decisão são definidas em software protegido da interferência de seu proprietário – um contrato inteligente.

Os princípios acima facilitam a criação de uma comunidade, em que cada um de seus membros sabe exatamente que peso possui nas tomadas de decisões e tem a certeza de que ninguém poderá impedi-lo de votar. As decisões tomadas por votação da comunidade são altamente objetivas, pois levam em consideração a experiência de cada membro.

Esta abordagem é conhecida como “wisdom of the crowd” (“sabedoria do povo”) e é baseada no pressuposto de que um grupo de indivíduos é capaz de tomar as melhores decisões, desde que seus membros possam ouvir uns aos outros, assim como aceitar as opiniões dos outros. Uma organização autônoma descentralizada facilita esse tipo de interação.

Acho que a essência e os casos de uso são melhor explicados utilizando o exemplo da “The DAO”, um produto lançado na rede Ethereum em 2016. A equipe Stock.it introduziu um conceito de DAO para administrar um fundo de risco. A ideia era que a DAO operasse de forma autônoma, gerenciado por holders de tokens DAO. Este último seria representado por Curadores, selecionados por votação. O trabalho dos curadores seria a seleção e fornecimento de subsídios para contratados – indivíduos que se candidatavam para apoiar os projetos e ideias.

Achavam que os holders de DAO seriam capazes de gerenciar o fundo de risco da maneira mais eficiente, expressando sua opinião coletiva sobre um contrato inteligente.

Mas essa história não teve um final feliz por causa de um hack: os hackers foram capazes de encontrar vulnerabilidades no contrato inteligente e roubar fundos substanciais. Entretanto, apesar disso, o conceito DAO ganhou popularidade e é usado atualmente em outros projetos, cujas equipes foram capazes de criar produtos sem vulnerabilidades críticas e provar que o modelo DAO ainda é vital.

Atualmente, vários projetos estão explorando este conceito, incluindo os projetos Aragon (que teve um 2020 muito bom), Colony e Moloch. Analisei os modelos existentes e fiz algumas sugestões sobre aspectos que poderiam ser melhorados nos modelos DAO de próxima geração.

A história da evolução da DAO prova que este conceito pode ser usado com sucesso para melhorar a eficiência de várias entidades. Assim, a Waves DAO deve vir como um passo natural no desenvolvimento da Waves Association, aproveitando a descentralização, transparência e segurança para facilitar o funcionamento eficaz da associação e de todo o ecossistema Waves.


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